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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Como lidar com os filhos diante do divórcio

Quando o casal decide optar pelo divórcio está implícito que a relação entre os cônjuges não funcionou conforme o esperado. O divórcio é geralmente associado com um problema em que ambos precisam se adaptar a nova vida, adequar-se à nova rotina e, em muitos casos, aceitar a perda do conforto que a vida de casado podia proporcionar.

É um período com muitas incertezas, sendo comum os cônjuges não saberem como conduzir a separação de uma forma menos dolorosa, assim como existe a dúvida quanto a maneira mais adequada de lidar com os filhos diante da separação.

Todo casal quando tem um bebê deve ter dois papéis, o primeiro é preservar o papel conjugal e o segundo é adotar o papel parental, ou seja, o casal precisa exercer a função de pai e de mãe, assim como a de marido e mulher. Contudo, quando o casal decide pela separação, é importante que ambos saibam se dedicar ao aspecto parental, uma vez que é este que perdurará. Com relação ao aspecto conjugal, é importante que o casal consiga aos poucos elaborar a dissolução da relação e, principalmente, não confundir a criança com comentários referentes à relação conjugal.

Nestas circunstâncias, os cônjuges estão magoados um com o outro, muitas vezes com raiva, mas não é justo e nem eficaz compartilhar estes sentimentos com a criança. Enquanto para os adultos elaborar a separação é um processo doloroso, para a criança pode ser pior, uma vez que ela muitas vezes não entende os desafios e regras do mundo adulto.

Outro ponto importante é que a criança precisa ser comunicada o quanto antes sobre a separação, mesmo que seja difícil para os pais, ela precisa saber por eles e não por terceiros. A forma mais indicada de dar a notícia da separação é explicar para ela que os pais não se gostam mais o suficiente para namorar, que ela não tem culpa alguma disso, mas que ambos a amam e vão cuidar dela, mesmo que cada um more em uma casa diferente. É importante também complementar que o divórcio é definitivo, e que com ele virão mudanças na rotina dela, mas que ela irá ter contato com o pai e com a mãe e não será abandonada.

Apesar da convivência diária com ambos os pais não ser mais possível, é importante deixá-la segura de que o amor que ambos sentem por ela está garantido. A forma para demonstrar o amor é se importar pela a criança, fazer visitas, telefonar para ela, ter interesse em saber sobre o seu dia, estar presente nas apresentações de ballet, jogos esportivos e assim por diante.

Quando a criança é pequena, é importante que o casal informe a escola do acontecimento. Desta forma, a criança fica protegida de eventuais circunstâncias desnecessárias e poderá contar com o apoio dos professores.

Quando o divórcio acontece permeado de brigas, discussões frequentes, um cônjuge querendo negativar o outro perante a criança, maior será a chance dela apresentar comportamentos regressivos no seu desenvolvimento. Trata-se de uma resposta emocional à insegurança, em que ela pode voltar a falar errado, urinar na cama, ter crises de choro, queda no desempenho escolar, etc. Estes comportamentos podem ocorrer por tentativas de conseguir atenção dos pais.

Apesar da fragilidade da situação, é relevante não deixar que a criança se aproveite da separação dos pais para manipulá-los e conseguir o que deseja. Para evitar este tipo de comportamento, é importante que os pais estejam em uma sintonia no que se refere à educação da criança, sendo cautelosos com o desejo de compensar a criança pelo dano que possam ter causado com a separação. O risco é ter receio e não impor limites claros ou ser demasiadamente permissivo. Para fazer diferente é importante equilibrar afeto e autoridade.

A criança necessita do pai e da mãe de forma igualitária, portanto, tentar direcionar o favoritismo por um ou por outro não é eficaz, um não substitui o outro. Desta forma, ambos devem cooperar para que o desenvolvimento da criança continue a ocorrer no seu devido curso apesar da grande mudança que a separação dos pais trás para a vida dela.

A forma como a criança vai elaborar a separação está diretamente relacionada com a maneira com que seus pais irão conduzir o divórcio. Portanto, se a preocupação do casal é com a criança, é importante que ambos escolham ter respeito mútuo, desta forma, já estarão possibilitando um relacionamento plausível para colaborar positivamente no desenvolvimento dela.  



SERVIÇO
Tayana Passos Consultoria de Relacionamento e Bem-Estar
Rua Emiliano Perneta, 466 – Sala 802
(41) 3232.7097
*Atendimento somente com horário agendado

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