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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Novembro Azul: Os riscos do câncer de próstata

Problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial não são os únicos problemas que comprometem a saúde masculina. Os homens também são acometidos por doenças urológicas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), que denomina este mês como "Novembro Azul" - devido a celebração do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata (17) -, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil (ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Dados revelam que em valores absolutos, este é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. A taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos, em comparação aos países em desenvolvimento.
O tumor na próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. Segundo Osni Silvestri, urologista e gerente médico do Hospital VITA Curitiba, o aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do País e pelo aumento na expectativa de vida.

Dr. Osni alerta que alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. "A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³), que não chega a dar sinais e sintomas durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem", ressalta. 

Números para 2012 - Segundo o INCA, a estimativa é que o Brasil feche o ano com um número superior a 60 mil novos casos de câncer de próstata diagnosticados. A instituição alerta para alguns fatores de risco sobre esse tipo de câncer, pois as incidências de casos e o percentual de mortalidade aumentam quando o paciente possui mais de 50 anos. Como outros tipos de câncer, o de próstata tem profunda relação com a genética familiar. Homens com pai ou irmãos que já tiveram a doença têm três vezes mais chances de desenvolver o tumor. Os hábitos alimentares e o estilo de vida da pessoa também são fatores importantes a serem observados.

O urologista José Antonio Caldeira, do Hospital VITA Batel, explica que, além do câncer de próstata, os homens também são acometidos com muita frequência por outra enfermidade denominada hiperplasia prostática benigna (HPB). Quando a HPB está associada a sintomas do trato urinário inferior - LUTS ( frequência urinária, hesitação, intermitência e; incompleta micção; jato urinário fraco; noctúria e urgência), HPB-LUTS se torna um diagnostico clínico altamente prevalente. 

Muitas vezes subdiagnosticada, a HBP LUTS é uma condição crônica e progressiva que aumenta a incapacidade funcional, diminui a qualidade de vida, e interfere com a função sexual e outros aspectos da vida do paciente. "Além disso, os pacientes com HPB-LUTS muitas vezes têm condições co-ocorrentes, incluindo a disfunção erétil (DE), em particular, bem como a síndrome metabólica, alterações cardiovasculares, e outras morbidades que podem desafiar a gestão desta população de pessoas", relata.

A Avaliação multidimensional é fundamental para o reconhecimento da condição e se baseia principalmente em uma avaliação do paciente que inclui uma história focada, exame físico e exames laboratoriais mínimos. Às vezes, o encaminhamento a um especialista é garantido, embora muitos pacientes podem ser gerenciados suficientemente no contexto dos cuidados primários. Quanto ao tratamento de pacientes com HPB e DE, Caldeira explica que as informações sobre a gravidade dos sintomas são essenciais para a terapia e prognóstico do paciente.

Com o passar dos anos o cenário mudou, mas, mesmo com acesso a informação, os homens ainda têm uma certa resistência em consultar um especialista. O costume de procurar um médico somente quando se está com algum sintoma pode levar, muitas vezes, a um diagnóstico tardio, dificultando o tratamento. "Se identificado na fase inicial (quando ainda não apresenta sintomas claros), o tratamento do câncer de próstata é mais simples e com grande possibilidade de cura", alerta Caldeira.

Próstata: Glândula do tamanho de uma noz, que só o homem possui e que se localiza logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. Possui grande importância na fertilização.

Exame de próstata: É recomendado que se inicie aos 45 anos e se tiver história de câncer de próstata na família que se inicie aos 40 anos.

Câncer de próstata: Na fase inicial não tem sintoma. Quando começa a dar sintomas, já está em fase avançada. Daí a necessidade de realizar o exame preventivo. Na fase avançada pode ter dificuldade para urinar e ter sangramento na urina.

Diagnóstico: Quando há uma alteração no tecido prostático (identificado pelo toque) e alteração no exame de sangue (PSA) é indicado uma biópsia (retirados fragmentos de próstata por agulhas especiais), para estudo microscópico por um patologista.

Tratamento: Se o câncer estiver na fase inicial, são indicados três tipos de tratamento: cirurgia, radioterapia e braquiterapia (agulhamento da próstata por sementes radioativas).

Novembro Azul: Inspirado na campanha Outubro Rosa, que divulga a importância das ações de prevenção ao câncer de mama, novembro foi escolhido como o mês dos homens se prevenirem do câncer de próstata. 

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