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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Museu Oscar Niemeyer recebe a exposição Genesis, mostra fotográfica de Sebastião Salgado

O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe a partir do dia 6 de novembro, quinta-feira, às 19 horas, nas salas 4 e 5, a exposição “Genesis”, de Sebastião Salgado. A mostra segue até o dia 15 de março de 2015 no MON.  No mesmo dia, às 16h30, haverá palestra com o fotógrafo no auditório do Centro de Convenções de Curitiba. A entrada para a palestra também é gratuita. Não é necessário fazer inscrição e a capacidade do auditório é de 1.300 pessoas.

Com curadoria de Lélia Wanik Salgado, a mostra é o resultado de oito anos de trabalho e reúne 245 imagens selecionadas. Dentro delas, o visitante pode observar as fotografias com temas como montanhas, desertos, florestas, tribos, aldeias, animais. Seu trabalho se mantém forte, focado na temática social, fotografias em preto e branco e bastante contrastadas.

Fruto de mais de 30 viagens, o objetivo do fotógrafo com esta mostra é trazer ao público ambientes que ainda não tenham sido atingidos pela vida moderna e que se mantêm intactos na natureza.

Seções temáticas
A mostra “Genesis” é dividida em cinco partes, em seus respectivos ecossistemas:

Planeta Sul
A Antártica, suas paisagens congeladas e seus destemidos animais, como pinguins, leões marinhos e baleias, fotografados inclusive em suas zonas de reprodução na Península Valdés.
Também estão nessa seção imagens do Sul da Georgia, as Falklands/Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich, onde as numerosas espécies de albatrozes, petreis-gigantes, cormorões e também pinguins vivem.

Santuários
Abrindo com as singularíssimas paisagens vulcânicas e a fauna das Ilhas Galápagos, engloba ainda as populações anciãs da Nova Guiné e Irian Jaya, os Mentawai da Ilha Siberut (nos arredores da província de Sumatra, na Indonésia), e paisagens, vida selvagem e vegetação dos diferentes ecossistemas de Madagascar.

África
A impressionante variedade de imagens: da extraordinária vida selvagem do Delta de Okavango, na Botswana, até os gorilas do Parque Virunga, na divisa de Ruanda, Congo e Uganda ; do grupo Himba, da Namíbia, e dos tribais Dinkas do Sudão, até a população do Deserto Kalahari em Botswana; das tribos do Omo Sul, na Etiópia, até as antigas comunidades cristãs do norte da Etiópia.
Na África, revelam-se espetaculares - e numerosos - desertos, com suas cores indo do cinza escuro até o vermelho profundo, suas texturas de areia e pedra; alguns são planos, como oceanos, outros estão interrompidos por montanhas áridas. Em algumas imagens capturadas na Líbia e na Argélia, veem-se sinais de vida, não somente cactos e roedores mas também na arte rupestre datada de milhares de anos.

Terras do Norte
Mostra as visões do Alasca e do Colorado, nos Estados Unidos; as paisagens naturais do Parque Nacional Kluane, no Canadá; estão aqui também o extremo Norte da Rússia, incluindo o local de reprodução do urso polar na ilha Wrangel, a população indígena Nenet, no norte da Sibéria, e também a península Kamchatka, na ponta mais oriental da Rússia.

Amazônia e Pantanal
A enorme floresta tropical, vista do céu, é cortada pelo rio Amazonas e seus afluentes – e o desenho lembra uma gigantesca árvore da vida, com braços e mãos se estendendo do coração do Brasil em direção aos países vizinhos. Seguindo em direção ao Norte para capturar os Tepuis Venezuelanos, as mais antigas formações geológicas na terra, a seção inclui ainda as imagens da vida selvagem do Pantanal no Mato Grosso, da tribo indígena Zo e, “contatada” pela primeira vez há apenas duas décadas, assim como as tribos mais assimiladas do alto Rio Xingu.

Genesis
A documentação, que também resultou em um livro de nome homônimo, já passou por Museus dentro e fora do Brasil. Suíça, França, Itália, Inglaterra e Canadá são alguns países. China, Coreia, Alemanha e Portugal vão receber a mostra em 2015.

No Brasil, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro já receberam a exposição. Em Curitiba, o público pode conferir a mostra até março de 2015 no Museu Oscar Niemeyer.

Na obra de Sebastião Salgado, este é o terceiro mergulho de longa duração em questões globais. As primeiras foram Trabalhadores (1986-1992) e Êxodos (1994-1999), que retrataram as duras consequências das radicais mudanças econômicas e sociais sobre as vidas humanas.

Patrocínio
A exposição tem patrocínio da Copel – Companhia Paranaense de Energia - que comemora 60 anos em 2014. Considerada a maior empresa do Paraná, a Copel atua com tecnologia de ponta nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia, além de telecomunicações.

Sobre Sebastião Salgado
O artista, nascido em Minas Gerais, emigrou para Paris com Lélia Salgado durante a ditadura militar no Brasil. Em suas viagens a trabalho para a África, começou a fotografar, sem intenções profissionais, com a Leica de Lélia, descobrindo assim sua paixão pelo fotojornalismo. Em 1979, o fotógrafo entrou para a Magnum – agência de fotografia criada por Robert Capa e Henri Cartie Bresson.

No dia 30 de março de 1981, Salgado estava fotografando uma série sobre os primeiros dias de Ronald Reagen e documentou o atentado a tiros contra o então presidente. Com exclusividade, a venda das fotos para diversos jornais foi o que financiou seu primeiro projeto de fotografia autoral e documental, uma viagem à África.

Seu primeiro livro publicado foi em 1986, “Outras Américas”. No mesmo ano, lançou o “Homem em Pânico”, sobre a seca no Norte da África. Em 2000, Salgado lança “Êxodo”, focando neste fenômeno global. De 2004 a 2012, Salgado e sua esposa Lélia viajaram 32 regiões extremas para resultar no livro “Genesis”.
Hoje, Sebastião Salgado é embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos EUA.


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