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quinta-feira, 21 de março de 2013

Gigantes do rock nacional no Festival de Curitiba


Mantendo a tradição de dar destaque também para a música, o Festival de Curitiba abriga este ano a estreia de uma banda brasileira que já nasce grande. Formada por ex-integrantes das bandas Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs e Hojerizah, a Banda Panamericana surgiu da vontade de aproximar os brasileiros da música pop da América Latina. Dado Villa-Lobos, Charles Gavin, Toni Platão e Dé Palmeira mostram pela primeira vez o repertório de seu novo projeto no palco do Teatro Positivo, no dia 3 de abril, às 21h, como uma das atrações do 22º Festival de Curitiba.

Neste primeiro momento, o repertório concentra-se na produção da Argentina, Uruguai e Chile. Entre os compositores argentinos estão Luis Alberto Spinetta, com “Barro Talvez”; Charly García, com “Passageira em trance”; Sumo, com “Mañana en el Abasto” e Fito Paez, com “Mariposa Tecknicolor”. La Vela Puerca, com “ Zafar” e No Te Va Gustar , com a música “Angel con campera”, são os uruguaios já confirmados no repertório do show. As composições originais ganharam versões em português assinadas por Alvin L, Humberto Effe, Fausto Fawcett, Dé Palmeira, Sergio Britto e Paulinho Moska, além do “novato” Bruno Consentino, representante da nova safra de autores brasileiros.

O resultado é uma sonoridade original, com pegada de banda nova – ainda que Gavin ressalte tratar-se de uma “obra em progresso”. “Estamos impondo nossa pegada. Nosso som resulta não só das personalidades e cultura musical, mas da nossa química. As releituras não se parecem com as originais porque cada um colocou sua postura artística e o resultado são praticamente obras inéditas. Até porque os artistas não são conhecidos no Brasil. Talvez o único que alguns reconheçam é o Fito Paez”, observa o baterista.



Sangue latino

O projeto começou em 2011 numa conversa entre Platão, vocalista da Hojerizah, e o presidente do Canal Brasil, Paulo Mendonça, coautor do clássico “Sangue Latino”. “É fato que no Brasil a gente não toma conhecimento do pop latino, uma questão complexa que tem muitas respostas”, pontua o ex- baterista dos Titãs. “A consequência disso é que grandes artistas não tocam aqui e nós trocamos muito pouco culturalmente com estes vizinhos”, completa Gavin, que foi o segundo a embarcar no projeto.

A Panamericana marca também o retorno desses renomados artistas à rotina de banda: ensaios, gravação e shows. Um disco está pronto, sob a batuta de ninguém menos de Chico Neves, considerado peça-chave para que a “massaroca sonora” ganhasse corpo e também o jeitão deles. Gavin não disfarça a satisfação de voltar ao clima de banda. “É o resgate da minha paixão de pisar no palco. Quando me desliguei do Titãs estava cansado emocionalmente. Foi uma pausa, mas o baterista estava pedindo para trabalhar”, diz.

Para Platão, que desde 1989 não estava ligado a nenhuma banda, e que nunca se apresentou em Curitiba, "essa experiência é um retorno à infância”. “É diferente, porque no meu trabalho, eu resolvo os impasses. Aqui, eles duram muito mais, porque não tem um líder. São quatro pessoas com muita história nas costas. Envelhecer fez entender melhor os outros, sem os arroubos da juventude”, diz Platão, o “caçula” da turma, sobre a rotina de pelo menos três ensaios por semana. “A gente sempre acha que pode fazer melhor. Música é como teatro, que acontece ali, ao vivo, e você tem que estar muito bem preparado caso alguém erre. Pode apostar, não fazemos nada no automático“, assegura Gavin, que se mostra feliz com a estreia no Festival de Curitiba.

Com o convite, o projeto “saiu do papel para a vida”. “Acabou sendo boa essa espera porque forjamos o nosso som, encontramos nossa voz, nossa maneira de tocar junto”, assegura Platão. “Deixamos de ser os quatro de grandes bandas brasileiras, para sermos uma banda fresca. Com muita história nas costas, mas com algo novo”, pondera. Para Gavin, em um tempo em que a pressa dá o tom, e as pessoas só querem ouvir o que podem cantar junto, estrear no Festival de Teatro de Curitiba é um momento especial. “No meu entender, vivemos um momento muito estranho e nada mais bacana que este evento, no qual as pessoas têm uma disponibilidade maior”, aposta o titã.

Patrocínio

Os eventos do Festival de Curitiba contam com o patrocínio e apoio de diversas empresas e instituições que acreditam na valorização da arte. A 22ª edição do Festival é apresentada pelo Itaú e pela Renault, e tem o patrocínio da Heineken, Petrobras, Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná e Sanepar, além do apoio da Ecovia, da Vivo (operadora oficial), e parceria com o Shopping Mueller, Palladium e ParkShopping Barigui, locais onde estão sendo vendidos os ingressos.

Os eventos paralelos ainda contam com patrocinadores específicos. O Gastronomix é apresentado pela Alltech e Banco CNH, e conta com apoio da Fundação O Boticário. O Guritiba é apresentado pela Mili e ParkShopping Barigui. O Mish Mash é apresentado pela Worker. Já o Risorama tem o patrocínio da Fórmula Renault e Spaipa.

A Banda Panamericana faz show no Teatro Positivo, dia 03 de abril, às 21h.

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