Mantendo a tradição de
dar destaque também para a música, o Festival de Curitiba abriga este ano a
estreia de uma banda brasileira que já nasce grande. Formada por ex-integrantes
das bandas Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs e Hojerizah, a Banda
Panamericana surgiu da vontade de aproximar os brasileiros da música pop da
América Latina. Dado Villa-Lobos, Charles Gavin, Toni Platão e Dé Palmeira
mostram pela primeira vez o repertório de seu novo projeto no palco do Teatro
Positivo, no dia 3 de abril, às 21h, como uma das atrações do 22º Festival de
Curitiba.
Neste primeiro
momento, o repertório concentra-se na produção da Argentina, Uruguai e Chile.
Entre os compositores argentinos estão Luis Alberto Spinetta, com
“Barro Talvez”; Charly García, com “Passageira em trance”; Sumo, com “Mañana en
el Abasto” e Fito Paez, com “Mariposa Tecknicolor”. La Vela Puerca, com “ Zafar”
e No Te Va Gustar , com a música “Angel con campera”, são os uruguaios já
confirmados no repertório do show. As composições originais ganharam versões em
português assinadas por Alvin L, Humberto Effe, Fausto Fawcett, Dé
Palmeira, Sergio Britto e Paulinho Moska, além do “novato” Bruno
Consentino, representante da nova safra de autores brasileiros.
O resultado é uma
sonoridade original, com pegada de banda nova – ainda que Gavin ressalte
tratar-se de uma “obra em progresso”. “Estamos impondo nossa pegada. Nosso som
resulta não só das personalidades e cultura musical, mas da nossa química. As
releituras não se parecem com as originais porque cada um colocou sua postura
artística e o resultado são praticamente obras inéditas. Até porque os artistas
não são conhecidos no Brasil. Talvez o único que alguns reconheçam é o Fito
Paez”, observa o baterista.
Sangue
latino
O projeto começou em
2011 numa conversa entre Platão, vocalista da Hojerizah, e o presidente do Canal
Brasil, Paulo Mendonça, coautor do clássico “Sangue Latino”. “É fato que no
Brasil a gente não toma conhecimento do pop latino, uma questão complexa que tem
muitas respostas”, pontua o ex- baterista dos Titãs. “A consequência disso é
que grandes artistas não tocam aqui e nós trocamos muito pouco culturalmente com
estes vizinhos”, completa Gavin, que foi o segundo a embarcar no
projeto.
A Panamericana marca
também o retorno desses renomados artistas à rotina de banda: ensaios, gravação
e shows. Um disco está pronto, sob a batuta de ninguém menos de Chico Neves,
considerado peça-chave para que a “massaroca sonora” ganhasse corpo e também o
jeitão deles. Gavin não disfarça a satisfação de voltar ao clima de banda. “É o
resgate da minha paixão de pisar no palco. Quando me desliguei do Titãs estava
cansado emocionalmente. Foi uma pausa, mas o baterista estava pedindo para
trabalhar”, diz.
Para Platão, que desde
1989 não estava ligado a nenhuma banda, e que nunca se apresentou em Curitiba,
"essa experiência é um retorno à infância”. “É diferente, porque no meu
trabalho, eu resolvo os impasses. Aqui, eles duram muito mais, porque não tem um
líder. São quatro pessoas com muita história nas costas. Envelhecer fez entender
melhor os outros, sem os arroubos da juventude”, diz Platão, o “caçula” da
turma, sobre a rotina de pelo menos três ensaios por semana. “A
gente sempre acha que pode fazer melhor. Música é como teatro, que acontece ali,
ao vivo, e você tem que estar muito bem preparado caso alguém erre. Pode
apostar, não fazemos nada no automático“, assegura Gavin, que se mostra feliz
com a estreia no Festival de Curitiba.
Com o convite, o
projeto “saiu do papel para a vida”. “Acabou sendo boa essa espera porque
forjamos o nosso som, encontramos nossa voz, nossa maneira de tocar junto”,
assegura Platão. “Deixamos de ser os quatro de grandes bandas brasileiras, para
sermos uma banda fresca. Com muita história nas costas, mas com algo novo”,
pondera. Para Gavin, em um tempo em que a pressa dá o tom, e as pessoas só
querem ouvir o que podem cantar junto, estrear no Festival de Teatro de Curitiba
é um momento especial. “No meu entender, vivemos um momento muito estranho
e nada mais bacana que este evento, no qual as pessoas têm uma disponibilidade
maior”, aposta o titã.
Patrocínio
Os eventos do Festival
de Curitiba contam com o patrocínio e apoio de diversas empresas e instituições
que acreditam na valorização da arte. A 22ª edição do Festival é apresentada
pelo Itaú e pela Renault, e tem o patrocínio da Heineken, Petrobras, Prefeitura
de Curitiba, Governo do Estado do Paraná e Sanepar, além do apoio da Ecovia, da
Vivo (operadora oficial), e parceria com o Shopping Mueller, Palladium e
ParkShopping Barigui, locais onde estão sendo vendidos os ingressos.
Os eventos paralelos
ainda contam com patrocinadores específicos. O Gastronomix é apresentado pela
Alltech e Banco CNH, e conta com apoio da Fundação O Boticário. O Guritiba é
apresentado pela Mili e ParkShopping Barigui. O Mish Mash é apresentado pela
Worker. Já o Risorama tem o patrocínio da Fórmula Renault e Spaipa.
A Banda Panamericana
faz show no Teatro Positivo, dia 03 de abril, às 21h.
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