Em 8 de agosto
é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, um problema que afeta
severamente cerca de 40% dos adultos e 20% dos jovens, de acordo com dados da
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Como é silencioso, o colesterol só pode ser
detectado através de exames laboratoriais. “O colesterol elevado não provoca
sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias e sua
primeira manifestação pode ser um infarto do miocárdio ou um Acidente Vascular
Cerebral (AVC)”, alerta o presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Dr.
Osni Moreira.
Segundo o
cardiologista, o colesterol pode não gerar complicações, mas ajuda a desenvolver
doenças cardíacas. “Trata-se de um fator de risco, que é como atravessar a rua
sem olhar: não obriga a ser atropelado. Atropelamento na calçada é falta de
sorte. Atropelamento por atravessar a rua sem olhar é falta de juízo”, compara.
Dr. Osni
Moreira explica que para identificar e tratar as complicações, é preciso avaliar
as alternativas de procedimento, levando em consideração o contexto clínico. “O
médico pode solicitar um eletrocardiograma até um cateterismo cardíaco ou uma
tomografia cerebral”, afirma.
Existem dois
tipos de colesterol: o LDL, conhecido como colesterol ruim, que em níveis altos
pode formar placas de gordura nas artérias, prejudicando a passagem de sangue e
causando infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral; e o HDL, também
chamado de colesterol bom, que ajuda a reduzir a formação de placas de gordura
no sangue, mas em baixos níveis também pode originar doenças cardiovasculares.
“Para um
adulto saudável, os valores do colesterol total devem ficar abaixo de 200 mg/dl,
sendo o HDL acima de 40 mg/dl, e o LDL abaixo de 160 mg/dl. Para pessoas com
fatores de risco (diabético, fumante ou obeso mórbido) ou que já tiveram algum
problema cardiovascular, como um infarto por exemplo, o valor do LDL deve ficar
abaixo de 100 mg/dl, sendo o ideal abaixo de 70 mg/dl”, esclarece o
cardiologista.
Esse mal pode
ser genético ou se desenvolver por conta de outras doenças, como doenças da tireoide. “Existem erros de metabolismo por
mutações herdadas que interferem na ação de algumas enzimas, causando o aumento
do colesterol, mas, também algumas doenças, como uma disfunção da tireoide ou
certas medicações, que podem elevar bastante seu índice. Quando é possível
tratá-las ou retirar os remédios, o colesterol se aproxima muito mais dos
valores adequados”, explica.
O
cardiologista afirma que os principais cuidados que devem ser tomados são fazer
exames para identificação do nível de colesterol e verificar como pode ser
tratado. “Por último, devem ser tomadas medidas de tratamento do colesterol
elevado propriamente dito, que caem em três grupos: reeducação alimentar,
otimização de atividade física e medicações. Toda essa sequência é coordenada
pelo médico do paciente”, explica.
O presidente
da SPC lembra que o paciente que tem tendência a ter colesterol alto deve sempre
prezar pela saúde e se importar com sua qualidade de vida e não com os remédios
que terá que tomar. Outra dica que o Dr. Osni Moreira dá é para que as pessoas
não busquem recuperar o tempo perdido através da atividade física. “Se o médico
recomendou que fosse realizada uma caminhada de 30 minutos, cinco vezes por
semana, e chega sexta-feira sem ter caminhado nada, ele só deve fazer os 30
minutos daquele dia e não às duas horas e meia da semana”, ensina.
Com relação à
alimentação, o cardiologista é enfático. “Se a dieta não estiver correta, pare e
corrija. O malefício causado pelos erros dietéticos já está feito e, a partir do
momento em que se entra no tratamento, é preciso fazer uma reeducação
alimentar”, afirma. Para ele, a nutrição pode ser comparada a um carro na praia.
“Se eu deixo o carro parado na beira da praia por uma semana, a ação da maresia
já se fez e não é reversível. O que pode ser feito é corrigir os pontos de
ferrugem, o que, na verdade, é tratar as complicações”, exemplifica.
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