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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Colesterol alto atinge cerca de 40% da população

Em 8 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, um problema que afeta severamente cerca de 40% dos adultos e 20% dos jovens, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Como é silencioso, o colesterol só pode ser detectado através de exames laboratoriais. “O colesterol elevado não provoca sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias e sua primeira manifestação pode ser um infarto do miocárdio ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, alerta o presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Dr. Osni Moreira.

Segundo o cardiologista, o colesterol pode não gerar complicações, mas ajuda a desenvolver doenças cardíacas. “Trata-se de um fator de risco, que é como atravessar a rua sem olhar: não obriga a ser atropelado. Atropelamento na calçada é falta de sorte. Atropelamento por atravessar a rua sem olhar é falta de juízo”, compara.

Dr. Osni Moreira explica que para identificar e tratar as complicações, é preciso avaliar as alternativas de procedimento, levando em consideração o contexto clínico. “O médico pode solicitar um eletrocardiograma até um cateterismo cardíaco ou uma tomografia cerebral”, afirma.

Existem dois tipos de colesterol: o LDL, conhecido como colesterol ruim, que em níveis altos pode formar placas de gordura nas artérias, prejudicando a passagem de sangue e causando infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral; e o HDL, também chamado de colesterol bom, que ajuda a reduzir a formação de placas de gordura no sangue, mas em baixos níveis também pode originar doenças cardiovasculares.

“Para um adulto saudável, os valores do colesterol total devem ficar abaixo de 200 mg/dl, sendo o HDL acima de 40 mg/dl, e o LDL abaixo de 160 mg/dl. Para pessoas com fatores de risco (diabético, fumante ou obeso mórbido) ou que já tiveram algum problema cardiovascular, como um infarto por exemplo, o valor do LDL deve ficar abaixo de 100 mg/dl, sendo o ideal abaixo de 70 mg/dl”, esclarece o cardiologista.

Esse mal pode ser genético ou se desenvolver por conta de outras doenças, como doenças da tireoide. “Existem erros de metabolismo por mutações herdadas que interferem na ação de algumas enzimas, causando o aumento do colesterol, mas, também algumas doenças, como uma disfunção da tireoide ou certas medicações, que podem elevar bastante seu índice. Quando é possível tratá-las ou retirar os remédios, o colesterol se aproxima muito mais dos valores adequados”, explica.

O cardiologista afirma que os principais cuidados que devem ser tomados são fazer exames para identificação do nível de colesterol e verificar como pode ser tratado. “Por último, devem ser tomadas medidas de tratamento do colesterol elevado propriamente dito, que caem em três grupos: reeducação alimentar, otimização de atividade física e medicações. Toda essa sequência é coordenada pelo médico do paciente”, explica.

O presidente da SPC lembra que o paciente que tem tendência a ter colesterol alto deve sempre prezar pela saúde e se importar com sua qualidade de vida e não com os remédios que terá que tomar. Outra dica que o Dr. Osni Moreira dá é para que as pessoas não busquem recuperar o tempo perdido através da atividade física. “Se o médico recomendou que fosse realizada uma caminhada de 30 minutos, cinco vezes por semana, e chega sexta-feira sem ter caminhado nada, ele só deve fazer os 30 minutos daquele dia e não às duas horas e meia da semana”, ensina.


Com relação à alimentação, o cardiologista é enfático. “Se a dieta não estiver correta, pare e corrija. O malefício causado pelos erros dietéticos já está feito e, a partir do momento em que se entra no tratamento, é preciso fazer uma reeducação alimentar”, afirma. Para ele, a nutrição pode ser comparada a um carro na praia. “Se eu deixo o carro parado na beira da praia por uma semana, a ação da maresia já se fez e não é reversível. O que pode ser feito é corrigir os pontos de ferrugem, o que, na verdade, é tratar as complicações”, exemplifica.

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