O empreendedorismo e a busca pela inovação foram os dois pilares principais da
manhã do Fórum Internacional iCities, que acontece hoje (27), no ExpoUnimed, em
Curitiba. Baseado em seis eixos fundamentais para o desenvolvimento de uma
cidade inteligente - tecnologia, sustentabilidade, comunicação, energia,
economia criativa e startups -, o evento visa apresentar e discutir meios de
implantar a cultura da inovação na sociedade como um todo. "Sem a inovação e o
empreendedorismo, é muito difícil planejar o nosso futuro", diz Rogério
Mainardes, diretor de Marketing do Grupo Positivo.
Na abertura do fórum,
o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep),
Rodrigo Martins, afirma que é preciso criar um ambiente propício à inovação.
"Isso precisa ser perene e não depender de iniciativas individuais, da
indústria, do governo ou de uma universidade", opina. Para um dos organizadores
do evento, Roberto Marcelino, a colaboração é um dos aspectos fundamentais nesse
sentido. "A busca pela unidade e pela participação da sociedade é algo que
transforma uma cidade mais inteligente", diz.
O presidente da Fundação
Cultural de Curitiba (FCC), Marcos Cordiolli, vê essas duas qualidades como
essenciais para o desenvolvimento da cidade. "Precisamos inovar dentro da
inovação para debater os novos rumos. Falando especificamente sobre Curitiba,
nós precisamos integrar quase 30 cidades e, para isso, é preciso planejar
soluções integradas e inteligentes", avisa.
O ecossistema
empreendedor
O ambiente e os meios para se empreender foram o foco da
discussão de Leandro Henrique Silva, representante da Universidade Positivo,
Gustavo Mattano, do setor de Startups da Fomento Paraná, e Charles Stempniak, da
Smart Bee. Os três avaliaram que, independentemente do estilo de negócio, é
preciso focar nos relacionamentos e na aproximação entre as pessoas. Muitas
vezes, na avaliação da mesa, o ambiente está pronto, mas falta incluir as
pessoas nisso.
Os profissionais discutiram a respeito das formas de se
disseminar a cultura empreendedora nas cidades e também na educação. Para Silva,
as universidades ainda não estão preparadas para implantar um ambiente que
propicie a inovação. "Além disso, precisamos incentivar a convivência e o
relacionamento. Eventos como o iCities divulgam as ideias e deixa Curitiba mais
forte", diz.
Mattano analisa que os caminhos da inovação, por vezes, são
tortuosos, já que há muitas dificuldades como a própria burocracia e até mesmo a
falta de uma cultura empreendedora pela sociedade. Na opinião de Stempniak, o
empreendedorismo se trata, na realidade, de um estilo de vida e não de uma
disciplina que possa ser ensinada. "O empreendedor aprende, de fato, errando. É
uma atividade empírica", afirma. De acordo com ele, são as dificuldades que
estimulam a criatividade e a inovação. "Sei que se trata de uma questão
polêmica, mas quando isso acontece, as barreiras exigem que as pessoas procurem
formas para avançar", diz.
Mattano, por outro lado, ressalta que só a
vontade pessoal não basta. "A inovação é como uma planta. Precisa ter as
condições mínimas para florescer", avalia.
Economia criativa
A
coordenadora da Escola de Economia Criativa da Universidade Positivo, Adriana
Dias, abordou a importância da temática na educação. De acordo com ela, os
jovens de hoje exigem métodos educacionais distintos, especialmente devido à
relação com a tecnologia. Nesse contexto, Adriana defende que se busque
modernizar as formas educacionais e crie ambientes propícios e colaborativos
para que os indivíduos possam inovar. "É preciso privilegiar o talento, seja o
individual, aquele que já nasce com essa facilidade intrínseca, ou àquele que
depende do estudo para se desenvolver", afirma.
Nas cidades inteligentes,
há o entendimento de que a mecânica dos atores envolvidos nas mais diversas
cadeias produtivas locais facilita a inovação. "É importante que esse passo da
economia criativa seja dado pela sociedade como um todo e não dependa somente do
fomento governamental", diz.
Smart Cities
A ideia das cidades
inteligentes diz respeito à eficiência dos centros urbanos, a partir de ações
integradas entre governos, população e entidades públicas e privadas.
Uma
cidade é considerada "smart" ou "inteligente" quando, estruturalmente, obedece a
determinados padrões de inovação relacionados à comunicação, transportes,
infraestrutura, sustentabilidade, uso de combustíveis e recursos naturais,
dentre outros. De acordo com as Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se
que mais de 6 bilhões de pessoas estejam vivendo em centros urbanos até 2050.
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