Neste ano, o câncer que mais
atingirá as mulheres brasileiras será o de mama - 20,8% dos casos -, segundo
estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva).
A doença é também a principal causa de morte por malignidade em mulheres. Em
2011, foram 13.225 mortes segundo o Sistema de Informações de Mortalidade do
instituto.
No mundo todo o câncer de mama
é o que tem maior incidência, somando mais de 1.384.000 casos novos por ano. De
acordo com o oncologista Roger Akira Shiomi, do Instituto de Hematologia e
Oncologia Curitiba (IHOC), essa incidência é decorrente do aumento da exposição
das mulheres a fatores de risco: "Fatores como o progressivo processo de
urbanização e industrialização, trazendo consigo mudanças culturais e
ambientais. A elevação do consumo de gorduras e álcool, a maior prevalência da
obesidade e até a longevidade são motivos que levam ao aumento dos casos de
câncer em geral entre a população feminina.”
O médico explica que a
exposição maior aos hormônios femininos também são causas para o problema, como
a primeira menstruação mais precoce, idade mais tardia para a primeira gravidez,
menor número de gestações, uso de anticoncepcionais orais e terapias de
reposição hormonal. Em relação aos outros tipos de câncer, especialmente o de
pulmão, acrescenta Dr. Shiomi, o crescente hábito de fumar entre as mulheres é
um dos motivos da ascensão no número de casos novos.
Cura e
prevenção
Dr. Shiomi afirma que "cerca de
30 a 35% dos casos de câncer de mama podem ser evitados por meio da alimentação
e nutrição adequadas, atividade física regular e manutenção do peso ideal".
Segundo ele, estudos indicam que o excesso de peso aumenta o risco de câncer de
mama em 9% na pós-menopausa e que o consumo diário de 10g de álcool (uma dose)
aumenta em 6% o risco de câncer, incluindo o de mama. “É necessária, também, uma
criteriosa avaliação das pacientes que podem ou não se expor à reposição
hormonal na menopausa”, enfatiza.
O oncologista explica que há
cura para o câncer de mama quando a doença é detectada precocemente e o
tratamento feito de forma adequada. O tratamento pode incluir cirurgia,
quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal e terapia alvo-molecular (baseada
em medicamentos que agem sobre alterações específicas da célula maligna).
Estágios mais precoces da doença podem permitir cirurgias sem a retirada de toda
a mama.
Entretanto, o mais importante é
prevenir. “Manter hábitos alimentares saudáveis, atividade física regular,
evitar o cigarro e a bebida alcoólica, além de ficar atentas ao diagnóstico
precoce são fundamentais”, salienta. O médico enfatiza: "As mulheres não devem
aguardar os sintomas para ir ao médico. O rastreamento não somente do câncer de
mama, mas também colorretal e de colo de útero devem ser feitos ainda quando não
apresentam sintomas", alerta Shiomi.
Dr. Shiomi orienta que deve-se
sempre estar atenta aos seguintes sinais e sintomas:
• Mama: mudança de
tamanho ou formato da mama; lesão, inversão ou vazamento pelo mamilo; nódulo
mamário ou axilar; mudança da textura da pele.
• Pulmão: tosse
persistente, emagrecimento, falta de ar, dor no tórax, escarro com sangue,
rouquidão.
• Colorretal: dor
abdominal, alteração do hábito intestinal, sangramento digestivo, anemia, perda
de peso.
• Colo de útero:
sangramento via vaginal, principalmente durante a relação sexual; corrimento com
sangue e odor fétido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante, deixe comentário para nós!
(Posts ofensivos serão removidos).